João vai estudar na China, pátria de uma das dez línguas que fala
Fonte : Site arraraquara.com
João se prepara para ir até o outro lado do mundo para aperfeiçoar o mandarim (Deivide Leme/Tribuna Impressa)
O estudante
João Vítor Martinez, de 17 anos, nunca andou de avião e muito menos saiu do
País. O mais longe que ele chegou foi a cidade de Três Lagoas, na casa de uma
tia, no Mato Grosso do Sul, distante 508 km de Araraquara. Mas, em agosto, ele
vai percorrer os 17.521 km (em linha reta) que separam Araraquara da cidade de
Nanchang, na China, aonde vai estudar.
João passou
em primeiro lugar, na região Central, em um concurso promovido pela Secretaria
da Educação do Estado, em parceria com o Instituto Confúcio. Ele estuda
mandarim há dois anos no CEL (Centro de Estudos de Línguas), na Escola Estadual
“João Manuel do Amaral”, em Araraquara. A bolsa é integral e o estudante ficará
na China por seis meses, aperfeiçoando a língua.
Dez
línguas
João sempre estudou em escola pública. Natural da vizinha Santa Lúcia, ele
conta que é filho de uma família simples e tem um casal de irmãos. Apaixonado
por idiomas, fala pelo menos mais oito, além do português e mandarim: inglês,
francês, alemão, russo, espanhol, italiano, japonês e coreano. “Falo o básico e
aprendi sozinho na internet”, conta.
Em Nanchang,
ele vai ficar hospedado na universidade em que vai estudar. “Tenho moradia e
alimentação garantida”, conta. Também receberá ajuda de custo no valor de 1,5
mil iuanes, a moeda local, algo em torno de R$ 500. “É bastante dinheiro para o
padrão chinês”, observa.
Ansioso com a
viagem, João aproveita o tempo que falta para treinar o idioma com professores
chineses que moram em Araraquara.
“Sempre fui
fascinado por idiomas, e quando surgiu a oportunidade de estudar mandarim, não
tive dúvidas. Aproveito para aprender com os professores e estudantes que moram
aqui”, conta.
Fez tantas
amizades que já tem até roteiro de visitas na China. “Quero aproveitar muito.
Como ficarei no sul do País, quero conhecer bem a região”, conta.
A viagem vai
acontecer em pleno outono-inverno chinês. Serão quatro meses de estudo na
Jiangxi Normal University e mais dois de férias viajando pelo País. “Quero
muito ir para o norte, que faz divisa com a Rússia. Lá sim é frio”, conta. João
vai enfrentar variações de temperatura entre 10 e 35 graus negativos.
Bolsa
João faz parte da primeira turma de mandarim do CEL. As bolsas oferecidas vão
de um mês (curso de verão) a dois anos de duração (curso intensivo). O governo
chinês banca o curso, a alimentação e a moradia. O estudante terá de arcar com
as passagens, que custam cerca de R$ 3,5 mil. A ideia do estudante é ficar o
semestre lá, voltar e prestar o concurso novamente. “Mas, na próxima, quero
ficar pelo menos um ano”, diz.
João lembra
que para aprender de fato um idioma, é preciso ter vivência no país. “Esta é a
ideia do concurso. Para aprender realmente, é preciso viver o lugar, seu povo,
seus costumes. É preciso nadar no idioma, fazer uma imersão mesmo”, afirma.
Com apenas 17
anos e prestes a completar a maioridade no próximo dia 18, o estudante acredita
que esta será a aventura de sua vida.
“A China é um
país de contrastes, onde o novo e o velho convivem. Tenho certeza que será uma experiência inesquecível”, afirma.
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