Por Maria Clara Sodré S. Gama*
A importância do atendimento especial aos alunos superdotados se justifica de três maneiras: necessidades educacionais, justiça social e necessidade econômica e política do país.
Maria Clara Sodré, coordenadora do Programa
Estrela Dalva, fala sobre o atendimento especial aos jovens superdotados
Do ponto de vista das necessidades educacionais,
justifica-se o atendimento especial da mesma maneira que se justificam as
diferenciações para alunos com deficiências físicas ou mentais. Do ponto de
vista da justiça social, justifica-se a oferta de oportunidades educativas
diferenciadas dentro da lógica da equidade, ou seja, para alunos diferentes é
justo que o atendimento seja diferente. E do ponto de vista econômico e
político, justifica-se o atendimento especial a partir das exigências que a
modernidade impõe sobre países que querem atingir níveis elevados de
desenvolvimento tecnológico, científico e social.
Pesquisas indicam que, quanto mais cedo é feito
o atendimento educacional diferenciado a crianças superdotadas, maiores são as
chances de se tornarem adultos que contribuem para a comunidade. Os dados ainda
mostram que nem todas as crianças que dispõem de aptidões superiores se tornam
adultos talentosos. O aluno superdotado precisa de desafios acadêmicos
complexos e variados para que suas habilidades se desenvolvam apropriadamente.
Pesquisas indicam também que, no Brasil, são poucos
os alunos superdotados que participam de programas especiais que os desafiam
intelectual e academicamente. Com relação a alunos superdotados de baixa renda,
estes ainda enfrentam dificuldades para receber educação básica de qualidade:
muitas vezes frequentam escolas que lidam com as mais variadas carências, tanto
do ponto de vista material quanto do humano, impedindo-os de atingirem os
níveis mais altos de especialização, condizentes com o seu potencial.
O Programa Estrela Dalva seleciona alunos superdotados
de baixa renda na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e os prepara
para a entrada em escolas públicas de excelência, que oferecem educação de
ótima qualidade. Hoje, 120 alunos do Programa frequentam o Colégio Pedro II, o
Colégio de Aplicação da UERJ ou o Colégio Militar, e 60 alunos estão sendo
preparados para os concursos de seleção dessas escolas.
Além disso, o Programa oferece oportunidades
para os jovens se envolverem em atividades acadêmicas e culturais que vão muito
além do que é oferecido na escola, tais como idas a concertos, museus, casas de
cultura e de ciência, curso de inglês, oficinas especializadas (Direito,
Biologia, Desenho Animado, Arquitetura, Mecânica, Economia, etc.) e tantas
outras. Os patrocinadores e os profissionais do Programa acreditam que o Brasil
não é tão rico nem tão abençoado com recursos naturais que possa ignorar
educacionalmente o potencial humano dos alunos superdotados, sobretudo aqueles
de baixa renda. Por isso, apostam na sua educação.
Maria Clara Sodré é Coordenadora do Programa
Estrela Dalva para Alunos Superdotados
Parabéns, Professora
Maria Clara pelo lindo Projeto desenvolvido !
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