Superdotação, Asperger (TEA) e Dupla Excepcionalidade por Claudia Hakim

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terça-feira, 8 de agosto de 2017

UFSCar promove encontros para famílias de pessoas superdotadas

UFSCar promove encontros para famílias de pessoas superdotadas
 Encontros acontecem no campus de São Carlos da UFSCar (Foto: Fabio Rodrigues/G1)


Para coordenadora e participante do grupo, assunto ainda é pouco debatido.

Por G1 São Carlos e Araraquara

02/08/2017 16h15  Atualizado 02/08/2017 16h15

Encontros acontecem no campus de São Carlos da UFSCar (Foto: Fabio Rodrigues/G1)

A universitária Paula Paulino Braz, de 33 anos, tem um compromisso na noite desta quarta-feira (8). Mãe de Leonardo Braz Moreira, diagnosticado com altas habilidades, ela é uma das frequentadoras das reuniões de empoderamento de familiares e cuidadores de pessoas superdotadas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Criados em abril de 2016, os encontros ocorrem mensalmente no prédio da Educação Especial do campus de São Carlos e ajudam a esclarecer as dúvidas de quem convive com pessoas com altas habilidades.

"Essa troca de informações entre pais, você poder se reconhecer na experiência do outro é muito importante porque a gente não tem muita informação sobre esse assunto, então poder discutir é muito interessante", avaliou Paula, aluna da Licenciatura em Educação Especial da universidade.


Mito

Coordenadora do grupo, Rosemeire de Araújo Rangni explicou que a Política Nacional de Educação Especial define como aluno com altas habilidades/superdotação aquele que demonstra potencial elevado nas áreas intelectual, acadêmica, de liderança, psicomotricidade e artes, seja de forma isolada ou combinada. Também apresenta elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.

"Por muitos anos o mito de que as pessoas com altas habilidades são somente as que possuem alta pontuação em testes como o de Quociente de Inteligência (Q.I) perdurou e ainda se mantém, infelizmente. No entanto, esses testes mensuram a capacidade verbal e lógica. Outras áreas, como a artística, não são contempladas", afirmou a professora do Departamento de Psicologia.

Ela explicou que o desempenho acima da média tem raízes genéticas e ambientais e que as pessoas ditas superdotadas ou com altas habilidades constituem ao menos 10% de qualquer população, mas salientou que a cultura pode influenciar, identificando mais meninos do que meninas, por exemplo.

Professora Rosemeire de Araújo Rangni coordena o grupo (Foto: Divulgação/UFSCar)
Professora Rosemeire de Araújo Rangni coordena o grupo (Foto: Divulgação/UFSCar)

Diagnóstico

Rosemeire lembrou que, por constituir o primeiro ambiente social da criança, a família tem papel fundamental na identificação das altas habilidades, que às vezes são confundidas com outros quadros.

"Há desconhecimento e muitos mitos", disse sobre a falta de preparação das próprias famílias e das escolas para lidar com o assunto. "Os pais devem buscar conhecer as características de seus filhos, compreendê-los em suas diferenças e, se possível, buscar orientação profissional", orientou.

Foi justamente o que Paula fez há alguns anos, quando Leonardo estava na educação infantil. Aos 3 anos ele já sabia ler e escrever e se comunicava como um adulto, destoando dos colegas de turma.

"Como ele era muito acima da média em relação às outras crianças da sala, ele se sentia muito deslocado. Na época, por ser educação infantil, as crianças não o rejeitavam, mas ele se sentia fora do ambiente", contou a mãe. "Elas não conseguiam entender e ele também não conseguia entender por que as crianças da idade dele não falavam como ele".

Com orientação da escola, a família procurou profissionais especializados e após diferentes testes foi verificado que a criança tinha altas habilidades.

"O importante do diagnóstico é você poder oferecer para a criança o atendimento que ela tem direito e poder entender as questões dela, por que ela tem uma grande facilidade em algumas áreas e pode não ter em outras", defendeu.

Estímulos

Hoje com 10 anos, Leonardo cursa o 5º ano do ensino fundamental e tem direito a atendimento educacional especializado no contraturno das aulas. Também pratica esportes e é estimulado pela família de acordo com suas próprias necessidades.

"É importante olhar a necessidade daquela criança, o que ela precisa naquele momento. Às vezes, ela tem uma facilidade muito grande em uma área que não é explorada, e aí com o tempo isso acaba se perdendo, ela pode até ficar frustrada por ter aquela vontade de saber mais, de aperfeiçoar mais e não poder", afirmou Paula.

A opinião é reforçada por Rosemeire. De acordo com a professora, se não há estímulos, possivelmente, as capacidades não se desenvolverão e, com isso, a perda de talentos na sociedade pode ser irreparável.

Encontros

Neste semestre, os encontros ocorrem em 2 de agosto, 6 de setembro, 4 de outubro, 8 de novembro e 6 de dezembro. Não é necessário fazer inscrição e os interessados podem obter mais informações pelos e-mails rose.rangni@uol.com.br e danitielecalazans@hotmail.com.

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